O urbanista Peter Hall, quando descreve o período áureo das chamadas “cidades eternas” (Atenas, Florença, Londres, Paris, Viena e Berlim), constata a existência de alguns pontos convergentes entre elas: criatividade, cosmopolitismo e inovação. O século XXI será o século das cidades, apesar da presença insatisfatória de políticas públicas transversais capazes de oferecer a necessária complexidade aos estudos e pesquisas sobre as mesmas. No discurso da indústria turística, por exemplo, as cidades que recebem grande fluxo turístico são chamadas de “destinos”. Mas, o que significaria, na perspectiva da economia criativa, uma cidade ser um “destino”? Se ampliássemos os significados da palavra “destino”, a partir da intersecção das políticas do turismo com as políticas culturais, certamente avançaríamos em políticas transversais para a economia criativa brasileira, assim como na (re) significação das nossas cidades. Afinal, o “destino de uma cidade” é muito mais significativo e estratégico para as políticas públicas do que a “cidade como um destino”, pois cidades são menos mercadorias a serem consumidas por turistas vorazes do que espaços privilegiados de inclusão, socialização e humanização dos indivíduos. Este artigo tem por objetivo refletir sobre a contribuição da cultura no fortalecimento das políticas públicas para a economia criativa brasileira, e seu impacto sobre as cidades.
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Leitão, C. S. (2016). O Destino das Cidades ou as Cidades como Destino: Uma Reflexão sobre Cidades Criativas a partir de Políticas Públicas Culturais. Revista Interdisciplinar de Gestão Social, 5(2). https://doi.org/10.9771/rigs.v5i2.12510
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