O que esse artigo intenta demonstrar é que a constituição da ideologia neoliberal entrelaça formas de viver e processos de governamentalização apoiadas sobre as políticas sociais com a assunção de orientações para a gestão técnica da pobreza inspiradas pela lógica do mercado. O resultado disto é a produção de um indivíduo que se rende cada vez mais atomizado, seja quando visto como portador de capital humano e dependente de sua resiliência para superação da pobreza, seja quando tomado como empreendedor de si mesmo para tornar-se rentável e competitivo no mercado de trabalho. O que esse conjunto proporciona, ou explicita, é a vinculação indispensável entre neoliberalismo e biopoder na tessitura da sociedade capitalista contemporânea. As considerações finais identificam a fetichização da mercadoria força de trabalho, os efeitos das políticas sociais de orientação neoliberal e a necessária criação de outras formas de cooperação produtiva de classe-para-si para a classe trabalhadora.
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De Oliveira, R., & Sampaio, S. S. (2018). Neoliberalismo e Biopoder: o indivíduo como empresa de si mesmo / Neoliberalism and Biopower: individual as a self-entrepreneur. Textos & Contextos (Porto Alegre), 17(1), 167. https://doi.org/10.15448/1677-9509.2018.1.23483
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