Neste breve texto, as palavras de Emma Goldman sobre as trabalhadoras que se envolveram com o comércio sexual serão tomadas como um pretexto para uma reflexão sobre algumas questões relativas à pesquisa do tema no campo da história social e, em particular, sobre o lugar que as leis e as fontes judiciais ocuparam na historiografia brasileira sobre prostituição. Como efeito colateral, talvez esta aproximação nos aponte algum caminho para encontrar uma " Emma " que seja, ao mesmo tempo, um pouco familiar e também um pouco estranha aos nossos olhos feministas posicionados a um século de distância. 1 Para isso, quero retomar algumas redes de interlocução nas quais seu texto pode ser inserido. Depois, passo ao caso brasileiro, para terminar propondo dois exemplos de casos em que a atenção a marcos legais locais e o acesso a fontes judiciais que eles produziram podem revelar alguns sentidos que as histórias de tráfico adquiriram para mulheres que exerceram o comércio sexual no começo do século XX. Para isso, talvez o mais importante seja começar observando que toda a argumentação de Emma Goldman sobre o tráfico de mulheres está organizada em torno de uma distinção fundamental. *
CITATION STYLE
Schettini, C. (2011). Emma Goldman e a experiência das mulheres das classes trabalhadoras no Brasil. Cadernos Pagu, (37), 273–285. https://doi.org/10.1590/s0104-83332011000200011
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.