Diante do emprego em estudos epidemiológicos de diversas propostas de operacionalização do conceito de classe social, e da demonstração em várias investigações das potencialidades da utilização deste conceito enquanto categoria central no estudo da determinação social do processo saúde-doença, o presente artigo compara propostas diferentes, realizando uma contraposição das alternativas empregadas em cada uma delas. São identificadas sete diferenças básicas entre as propostas estudadas, dizendo respeito a: estrutura de classe, objetivo da investigação, conceito de classe social tomado como referência, decisão acerca de qual indivíduo terá sua inserção produtiva tomada como definidora da classe social da família, situação de classe dos desempregados, donas de casa e aposentados, situação de estudantes, e, por último, critério para diferenciação entre Burguesia e Pequena Burguesia, entre Nova Pequena Burguesia e Proletariado e a existência de fluxo específico ou não para certos grupos populacionais. A partir das diferenças observadas e dos modelos teóricos subjacentes são levantados e discutidos problemas relacionados ao fato de que a utilização de um mesmo conceito de classe social pode levar a modelos de operacionalização distintos.This article compares different proposals for the implementation of the concept of social class and analyzes the alternatives used in each proposal, considering previous epidemiological studies on this issue and the potential of such a concept as a central category in studies on social determination in the health/disease process. Seven basic differences were identified, pertaining to the following aspects: class structure; research objective; the social class concept as a reference; the decision as to which individual has his/her occupational activity taken as defining the family's social class; the class status of the unemployed, housewives, and the retired; class status of students; and criteria for distinguishing between the "bourgeoisie", "petty bourgeoisie", "new petty bourgeoisie", and "proletariat" and whether there is a specific flow in certain population groups. Given the observed differences and underlying theoretical models, this study discusses problems related to the fact that the use of a specific concept of social class can have various implementation models.
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Solla, J. J. S. P. (1996). Diferenças nas propostas de operacionalização do conceito de classe social empregadas em estudos epidemiológicos. Cadernos de Saúde Pública, 12(3), 329–337. https://doi.org/10.1590/s0102-311x1996000300006
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