Entre as alternativas para superar a dissociação entre a investi- gação científica e a prática clínica psicanalítica, destaca-se a utilização de procedimentos empíricos que avaliam questões clinicamente importantes, como a inclusão da perspectiva do psicoterapeuta no estudo e a publica- ção de resultados de pesquisa em linguagem acessível ao psicoterapeuta. O presente trabalho mostra, por meio de um estudo sistemático de caso úni- co de uma psicoterapia com uma paciente borderline, como dados clínicos e empíricos podem ser conjugados para ampliar a compreensão da paciente e das mudanças no seu funcionamento ao longo do 1º ano do tratamento. A sistematização do caso foi baseada nas anotações clínicas da psicoterapeuta e na aplicação de dois instrumentos: o SWAP-200, que avalia personalidade, e o SCL-90-R, que examina a sintomatologia. Esses dados foram integrados para formular uma hipótese compreensiva clínico-empírica sobre o processo psicoterápico e as mudanças no funcionamento da paciente no 1º ano de tratamento. A conclusão indica que, embora não seja uma tarefa simples, a integração entre a pesquisa empírica e a prática clínica psicanalítica é possí- vel e potencialmente útil para ambos os campos. A superação dessa histórica separação depende do esforço conjunto de psicoterapeutas e pesquisadores.
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Bittencourt, A. A., Benetti, S. P. da C., & Serralta, F. B. (2018). Integração entre pesquisa empírica e prática clínica psicanalítica: um estudo ilustrativo. Contextos Clínicos, 11(1). https://doi.org/10.4013/ctc.2018.111.11
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