Neste artigo propõe-se uma reflexão sobre um projecto de arte pública participada, com base numa leitura crítica das teorias de Gell em torno da arte enquanto sistema de acção e da agencialidade dos objectos artísticos. A característica inovadora deste projecto assenta num processo de concepção de arte pública desenvolvido através da participação de um grupo de residentes no Monte de Caparica (concelho de Almada, Portugal), que também integram a comunidade a quem é dirigida a obra artística. Do enquadramento desta experiência com algumas propostas de Gell sublinha-se que o papel activo que os objectos artísticos desempenham no sistema de acção social é indissociável das propriedades simbólicas, estéticas, representativas e comunicacionais que os integram. Também se preconiza um reforço da capacidade agencial dos objectos artísticos através de formas participadas de produção semelhantes à descrita aqui. Esta experiência resulta de uma perspectiva antropológica sobre o terreno, orientada para a construção de uma metodologia de participação aplicada à concepção do objecto artístico. Palavras-chave: agencialidade, arte pública, participação, multiculturalidade. introdução Toda a acção humana, na medida em que é social, acontece sempre num contexto que envolve regras, objectivos, intenções, recursos e competências ou seja, elementos constituintes
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Gato, M. A., Ramalhete, F., & Vicente, S. (2013). “Hoje somos nós os escultores!” Agencialidade e arte pública participada em Almada. Cadernos de Arte e Antropologia, (Vol. 2, No 1), 53–71. https://doi.org/10.4000/cadernosaa.569
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