Neste artigo, retoma-se o trabalho publicado no livro Transnacionalização de Educa-ção: da crise da educação à "educação" da crise, com o objectivo de o interrogar em três aspectos: 1) a utilização do conceito de transnacionalização no título (e não utilização, por exemplo, do conceito de globalização); 2) a concepção de mudança social que está subjacente à "crise da educação"; e 3) a relação, no livro, entre regulação e emancipação. A minha intenção, com este artigo, não é tanto a de relatar o livro que escrevemos (Stoer, Cortesão e Correia, 2001), porque certamente muitos o irão ler, mas, antes, a de ir um pouco além dele e discutir algumas questões que, de um modo ou de outro, estão na base do texto e têm vindo a ser objecto de reflexões várias, sobretudo após a conclusão do trabalho. A pri-meira destas questões relaciona-se logo com o próprio título que foi dado ao livro. 1. Porquê transnacionalização da educação e não educação e globalização? Em que sentido, ou até que ponto, é que pode falar-se da globalização da educação? Curiosamente, em todas as discussões que foram realizadas ao longo do projecto que esteve na origem do livro, nunca se relacionou expli-citamente o conceito de transnacionalização com o conceito de globaliza-ção, embora se tivesse feito tal relacionamento de uma forma implícita no trabalho de Cortesão e Stoer (2001) publicado no livro Globalização: Fata-lidade ou utopia? (Santos, 2001). Num trabalho recente (Stoer e Cortesão, 1999), colocámos a ques-tão: será que o ensino público é o último refúgio da resistência ao pro-* Agradecimentos ao António Magalhães pela sua valiosa colaboração na produção deste texto.
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Stoer, S. R. (2002). Educação e globalização: entre regulação e emancipação1. Revista Crítica de Ciências Sociais, (63), 33–45. https://doi.org/10.4000/rccs.1254
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