Um sistema político forjado na lógica da branquitude e o racismo à brasileira impõem classificações de superioridade e inferioridade nas hierarquias sociais. Com isso, sujeitos negros, definidos a partir de discursos científicos racistas são supostamente irracionais e desprovidos de inteligência, enquanto sujeitos brancos colhem os privilégios adquiridos por meio da exploração indébita da mão de obra escravizada. Pensar a disciplina de Relações Internacionais no Brasil é entender que esse contexto de exploração, apropriação e extermínio da população negra no país permeiam os debates acerca do internacional neste campo do saber, mesmo que silenciados por mecanismos de exclusão de produção de conhecimento na ciência moderna. Sob esta égide, este artigo busca entender como a categoria raça, e o contexto racial no Brasil atravessam a construção do campo das RI no país. Na intenção de expandir os debates historiográficos acerca da institucionalização de cursos de pós-graduação em RI no Brasil, faz-se uso de uma abordagem decolonial em perspectiva afrodiaspórica. Para tal, empreende-se um levantamento bibliográfico sobre RI no país, tangenciando categorias como colonialidade, racismo e epistemicídio como ferramentas analíticas que possibilitam a leitura da colonialidade do conhecimento no ensino e pesquisa das RI.
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Oliveira, A. V. da S. (2019). Exclusão do sujeito negro e a negação de raça na produção acadêmica em Relações Internacionais no Brasil. Monções: Revista de Relações Internacionais Da UFGD, 8(15), 366–396. https://doi.org/10.30612/rmufgd.v8i15.11540
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