O tabu e o estigma produzidos culturalmente em torno do suicídio impõem interdições e sanções no processo de luto dos sobreviventes do suicídio, o que implica em uma dificuldade na simbolização da perda, devido ao não reconhecimento e validação social desse tipo de morte. Estas características particulares denunciam a falha de suporte social ao sobrevivente enlutado por suicídio que pode contribuir com o intenso sofrimento vivido e para a complicação na elaboração do luto. O presente artigo tem como finalidade apresentar um relato de experiência de pósvenção do suicídio com o Grupo de Apoio aos Enlutados pelo Suicídio, abordando a importância deste espaço para a promoção de um suporte social que habitualmente é frágil ou inexistente no processo de luto destes sobreviventes por suicídio. Esta experiência evidencia o grupo de apoio como um importante espaço para elaboração do luto por suicídio, onde o pesar e o sofrimento são expressos e validados, possibilitando que os enlutados possam encontrar um lugar de fala e pertencimento entre os pares.
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Scavacini, K., Cornejo, E. R., & Cescon, L. F. (2019). Grupo de Apoio aos Enlutados pelo Suicídio: uma experiência de posvenção e suporte social. Revista M. Estudos Sobre a Morte, Os Mortos e o Morrer, 4(7), 201. https://doi.org/10.9789/2525-3050.2019.v4i7.201-214
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