O objetivo da pesquisa foi investigar o currículo materializado na sala de aula de Física, interpretando o que os dados nos revelaram, no processo de didatização do conhecimento, sobre a efetivação das diretrizes curriculares do ensino de Física. O pressuposto para a pesquisa é que o currículo materializado traduziria o sentido do ensino da Física no projeto pedagógico da modernidade, ou seja, como o ensino de Física favoreceria a realização das aspirações da Bildung. – educar, ensinar e formar. A metodologia utilizada foi a Hermenêutica Objetiva, um procedimento de pesquisa empírica qualitativa e interpretativa, desenvolvido pelo sociólogo Ulrich Oevermann, que permitiu compreender a escola a partir da reconstituição da aula. A investigação apontou que a disciplina analisada na sala de aula não confirma a realização das diretrizes curriculares de um ensino de Física que promova a autonomia para o aprender a partir dos elementos próximos, práticos e vivenciais dos alunos. Em vários momentos, a aula sustentada no senso comum, em informações equivocadas e mesmo reducionistas resulta na semiformação e na falta de um ensino da Física abordado enquanto construção histórica, como atividade social humana na qual as teorias científicas mantêm uma relação complexa com o contexto social, político, econômico e cultural em que ocorreram. Fato que reforça um processo educacional de mitificação do conhecimento científico, por parte dos alunos e limita a atuação dos mesmos, como cidadãos ativos e críticos, capazes de emitirem juízos de valor em relação a situações sociais que envolvam aspectos físicos e/ou tecnológicos relevantes. Palavras-chave: Teoria Crítica, Currículo, Sala de aula, Formação (Bildung), Indústria Cultural.
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Guimaraes, W. de F., Roriz, E. G., & Vilela, R. A. T. (2015). TEORIA CRÍTICA E PESQUISA EMPÍRICA EM EDUCAÇÃO: A SALA DE AULA DE FÍSICA. HOLOS, 2, 212–223. https://doi.org/10.15628/holos.2015.1571
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