Desde que a COVID-19 foi confirmada como uma pandemia de proporções globais, em março de 2020, o mundo passou a acompanhar com grande expectativa o desenvolvimento de uma vacina que colocasse fim a uma crise sanitária que alterou drasticamente o cotidiano das pessoas. Na esteira dos resultados dos testes com imunizantes fabricados por empresas farmacêuticas de diversos países, começaram a circular com mais intensidade as notícias falsas e enganosas sobre a vacina, exigindo da imprensa um trabalho de checagem e refutação desse conteúdo. Neste artigo, analisamos 41 textos publicados pelo jornal Folha de S. Paulo em 2020 que tiveram como foco o enfrentamento à desinformação sobre a vacina contra a COVID-19, a partir dos enquadramentos, das características dos textos jornalísticos, da presença das agências de fact-checking e classificações utilizadas, das principais fontes acionadas e das mídias sociais mencionadas. O frame Bioético e Jurídico foi predominante, destacando a dicotomia entre verdadeiro e falso, certo e errado, científico e não científico. O outro frame identificado foi Política Pública e Estratégia Política, evidenciando as disputas de poder de atores políticos e os embates ideológicos em torno da vacina. A análise revela a importância da interlocução entre jornalismo e ciência em uma emergência de saúde pública e de uma prática profissional que tenha como base a evidência científica, a pluralidade de fontes e a importância da vacinação para a saúde coletiva. Palavras-chave: fact-checking; fake news; COVID-19; vacina; jornalismo.
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Massarani, L., Brotas, A., Costa, M. C. R., & Neves, L. F. F. (2021). Vacinas contra a COVID-19 e o combate à desinformação na cobertura da Folha de S. Paulo. Fronteiras - Estudos Midiáticos, 23(2), 29–43. https://doi.org/10.4013/fem.2021.232.03
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