Um dos principais objetivos do estudo da biologia molecular é compreender os mecanismos bioquímicos capazes de determinar o comportamento biológico das células em seus respectivos tecidos conforme observado à microscopia e macroscopia. A análise histológica da mucosa colonica normal nos mostra que esta é uma estrutura essencialmente dinâmica, com uma grande rotatividade em suas células, a qual é determinada pela concentração nestas células das proteínas que atuam sobre o controle do ciclo celular. Dentre estas, a proteína APC é aparentemente um elemento chave, promovendo a inibição da ação estimulante sobre as divisões celulares exercida por outras proteínas de grande relevância, como a beta-catenina e a survivina. Além de representar a marca genotípica da polipose adenomatosa familiar, a mutação da proteína APC parece desempenhar uma função de gatilho nos processos de desequilíbrio proliferativo observado no processo neoplásico colorretal, o qual pode variar desde a formação de um pequeno adenoma (ou carcinoma intramucoso) até o desenvolvimento de neoplasias invasivas avançadas. A utilização da imunoistoquímica nos permite demonstrar esta relação entre as concentrações de proteínas e o aspecto histológico, representando uma importante ferramenta para um conhecimento cada vez melhor do processo de carcinogênese colorretal.One of the main objectives of molecular biology studies is the understanding of biochemical mechanisms which will ultimately contribute to biological behavior of tissues as observed by macroscopic or microscopic analysis. Hystological examination of normal colonic mucosa shows a relevant cellular turnover, determined by local concentration of proteins related to circle cell control. Among these proteins, APC seems to be a key element, promoting inhibition of other important circle cell stimulating proteins as beta-catenin and survivin. Thus, besides its role as genotypic landmark in familiar polipose patients, there are several strong evidences that APC acts in a trigger function in proliferative disorders of colonic mucosa from small adenomas to advanced infiltrative carcinomas. The current use of immunohystochemistry has provided relevant information of this close relationship between cellular protein profile and histological findings and have contributed to an improved comprehension of colorectal cancer carcinogenesis.
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Pinho, M. de S. L. (2006). A estória biomolecular do pólipo adenomatoso. Revista Brasileira de Coloproctologia, 26(2), 197–203. https://doi.org/10.1590/s0101-98802006000200012
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