Silêncio organizacional: introdução e crítica

  • Moura-Paula M
  • Ferraz D
N/ACitations
Citations of this article
21Readers
Mendeley users who have this article in their library.

Abstract

Resumo: Com as mudanças ocorridas a partir dos anos 1970, as organizações passaram a requerer maior participação de seus trabalhadores nos processos de trabalho. A comunicação franca e aberta torna-se vital nesse cenário. O silêncio organizacional (MORRISON e MILLIKEN, 2000) e o silêncio dos empregados (PINDER e HARLOS, 2001) passam a ser estudados com mais profundidade para se compreender os comportamentos que levam os empregados a se valerem da voz, via relato (speaking up), ou permanecerem em silêncio. Desde os anos 2000, o silêncio tem ganhado interesse crescente de pesquisa (BRINSFIELD, EDWARDS e GREENBERG, 2009), sendo que, neste ensaio, o objetivo é apresentar e inserir o silêncio organizacional na agenda de pesquisa sobre Comportamento Organizacional no Brasil. Para tanto, apresentamos o que a literatura estrangeira trata como motivos que levam os empregados a permanecerem em silêncio e quais as consequências desse silêncio tanto para eles quanto para a organização. Acreditamos, contudo, que há limitações nas reflexões desenvolvidas. Para não incorrermos em uma importação domesticada de saberes, apresentamos algumas reflexões, ainda incipientes sobre o tema, a partir de debates desenvolvidos por estudiosos brasileiros (especialmente, TRAGTENBERG, 1971; 2005; PRESTES MOTTA, 1981; PAES DE PAULA, 2002; FARIA e MENEGHETTI, 2011) sobre o caráter ideológico e, portanto, opressor dos conhecimentos produzidos nas ciências administrativas. Criticamos, assim, alguns dos pressupostos da teoria sobre o silêncio organizacional, chamando atenção para a própria organização como fomentadora do silêncio e das consequências que dele podem surgir.Abstract: With the changes that happened from the 1970s, organizations started to demand more participation of their employees in work processes' decisions. Open and frank communication becomes vital in this scenario. The organizational silence (MORRISON e MILLIKEN, 2000) and the employee silence (PINDER e HARLOS, 2001) are to be studied in more depth to understand the behaviors that lead employees to voice, via speaking up, or to remain silent. Since the 2000s, silence has gained an increasing research interest (BRINSFIELD, EDWARDS e GREENBERG, 2009), and this paper aims to introduce the organizational silence on the research agenda on Organizational Behavior in Brazil. Therefore, we present what the foreign literature points out as motives that lead employees to remain silent, and the consequences of this silence both for them and for the organization. We believe, however, that there are limitations in the reflections developed. To prevent a domesticated introduction of knowledge, we present some still emerging reflections on the subject based on debates by some Brazilian scholars (especially, TRAGTENBERG, 1971; 2005; PRESTES MOTTA, 1981; PAES DE PAULA, 2002; FARIA e MENEGHETTI, 2011) on the ideological character and, therefore, oppressive side of the knowledge produced by management science. So, we criticize some of the underlying assumptions of the organizational silence theory, drawing attention to the role of the organization itself as sponsor of both silence and the consequences that may arise from it.

Cite

CITATION STYLE

APA

Moura-Paula, M. J. de, & Ferraz, D. L. da S. (2015). Silêncio organizacional: introdução e crítica. Cadernos EBAPE.BR, 13(3), 516–529. https://doi.org/10.1590/1679-395114581

Register to see more suggestions

Mendeley helps you to discover research relevant for your work.

Already have an account?

Save time finding and organizing research with Mendeley

Sign up for free