Lincoln Gordon, embaixador dos Estados Unidos no Brasil, esteve no centro das operações norte-americanas que apoiaram o golpe de Estado de 1964, desde a coordenação das conexões entre Vernon Walters e os conspiradores militares, até o lobby por uma força-tarefa naval dos Estados Unidos que interviria no caso da explosão de uma guerra civil entre forças pró e anti-Goulart. Apesar disso, naquele momento, e nos anos seguintes, Gordon insistiu em que o golpe de Estado tinha sido "100% brasileiro". Através de documentos do Departamento de Estado norte-americano, discursos de Gordon, testemunhos orais, e de uma entrevista em 2005 com o embaixador, este artigo analisa as diversas justificativas que Gordon ofereceu ao longo dos últimos quarenta anos para explicar por que apoiou a derrubada de Goulart e concedeu suporte incondicional ao novo regime militar.U.S. Ambassador Lincoln Gordon was at the center of U.S. operations that supported the 1964 coup d’etat, from coordinating connections through Vernon Walters with the military conspirators to lobbying for a U.S. naval task force that could intervene should a civil war break out between pro and anti-Goulart forces. At the time, and in the following years, Gordon, however, insisted that the coup d’etat was "100 percent Brazilian." Using U.S. State Department documents, Gordon’s speeches, oral histories, and a 2005 interview with the former ambassador, this article analyzes the changing justifications that Gordon has offered over the last forty years to explain why he supported the overthrow of Goulart and gave unconditional support to the new military regime.
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Green, J. N., & Jones, A. (2009). Reinventando a história: Lincoln Gordon e as suas múltiplas versões de 1964. Revista Brasileira de História, 29(57), 67–89. https://doi.org/10.1590/s0102-01882009000100003
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