Objetivo do Trabalho: A literatura sobre Cultura de Segurança de Alimentos (CSA) tem evoluído na dimensão conceitual, mas ainda é incipiente no que diz respeito a criação de instrumentos de mensuração e avaliação quantitativa. Para preencher esta lacuna, este artigo apresenta um modelo que apresenta o Índice de Maturidade da Cultura de Segurança de Alimentos (IMCSA), e faz uma uma validação do instrumento. Metodologia: O modelo proposto do Índice de Maturidade da Cultura de Segurança de Alimentos (IMCSA) possui nove dimensões que englobam os principais construtos da CSA. Para a validação semântica do modelo foram realizados 15 workshops e 30 entrevistas; e para a validação do modelo foi realizada uma pesquisa com participantes de duas empresas do setor de Alimentos Bebidas. Para a validação de face, foram convidados especialistas que avaliaram a consistência dos construtos. Foi utilizado o procedimento estatístico de análise fatorial exploratória (AFE) com o intuito de reduzir o conjunto de variáveis a um número menor de fatores, para caracterizar as dimensões de atributo do objeto avaliado. Originalidade: A importância da CSA se fundamenta na literatura organizacional que identifica as limitações das abordagens técnicas na produção de alimentos seguros. Uma cultura madura que traduz claramente o significado do valor segurança, favorece o entendimento das regras do jogo e a internalização de comportamentos esperados, diminuindo as necessidades de controle e supervisão. Além disso, se apresenta um modelo de avaliação da CSA validado. Principais Resultados: Os resultados das correlações da validação de face variaram entre 79% e 84%, tendo apresentado consenso na maioria dos construtos. Os valores de Alfa de Cronbach variaram entre 0,695 e 0,844, evidenciando consistência interna satisfatória. Os resultados apontam para sete fatores que explicam 70,61% da variância dos dados: Liderança, Percepção de Risco, Sistema Gerencial, Comunicação, Comprometimento, Pressão no Trabalho e Trabalho em Equipe. Por outro lado, as análises estatísticas não suportaram a variância de dois fatores identificados na literatura: Infraestrutura e Responsabilidade. Constatou-se que o instrumento é válido, robusto e relevante para o avanço da análise da SA e para a mensuração CSA de uma organização; mas que demanda novos testes para sua generalização, com uma escala intervalar de sete pontos que capte toda a variabilidade de percepções dos participantes da pesquisa, e amostras maiores e mais diversificadas que minimizem os possíveis viéses decorrentes das diferenças das culturas organizacionais e subculturas. Contribuições Teóricas: A fundamentação teórica do IMCSA que embasou suas dimensões, indicadores e variáveis, nos oferece uma ferramenta robusta para a análise da maturidade da CSA de uma organização. Para aprimoramento metodológico do modelo sugerimos: a mudança do IMCSA para uma escala de sete pontos e pesquisas futuras com amostras estratificadas que permitam avaliar contextos culturais diversificados. Palavras-chave: Cultura Organizacional. Cultura de Segurança. Cultura de Segurança de Alimentos. Maturidade em Segurança de Alimentos.
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Tomei, P. A., & Russo, G. M. (2019). Food Safety Culture Maturity Index [FSCMI]: Presentation and Validation. Revista Ibero-Americana de Estratégia, 18(1), 19–39. https://doi.org/10.5585/ijsm.v18i1.2709
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