Mesmo tendo a psicanálise consolidado e reiterado o uso de diagnósticos patologizantes na compreensão das transexualidades, é na esteira dos psicanalistas Patricia Porchat, Thamy Ayouch e Márcia Arán que se questiona neste artigo se a psicanálise, para manter-se crítica, deve respaldar as demandas e lógicas dos dispositivos e instituições que patologizam a experiência transexual ou se deve subvertê-las. Com o objetivo de explorar o dispositivo analítico em favor das transidentidades, apresenta-se neste artigo uma sumária historicização e crítica da categoria “diferença sexual” em psicanálise, posteriormente discutindo limites e contribuições possíveis da metapsicologia na escuta clínica de pessoas trans a partir de um relato de caso. Nas considerações finais, defende-se que a psicanálise, quando aponta seu dispositivo questionador a si mesma e torna-se menos isolada de contribuições das teorias de gênero, da filosofia, da antropologia, da sociologia e da história, pode manter-se como uma prática possível e potente para a subversão de patologizações alienantes e reconhecimento legítimo da diferença.
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Rodrigues, G. V. (2016). Escutando transidentidades na psicanálise: potencialidades subversivas. Revista Periódicus, 1(5), 171–184. https://doi.org/10.9771/peri.v1i5.17183
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