Este trabalho procurou explicitar a polêmica que existe em torno do conceito de estresse. Para isso, apresentamos dois pontos de vista: um a favor e outro contra a utilização científica do termo. Verificamos que sua definição é ainda um tanto imprecisa, o que não impede que alguns trabalhos sobre o estresse desenvolvidos por profissionais sérios tenham apresentado bons resultados. O conceito de estresse tem sido amplamente utilizado nos dias atuais, chegando mesmo a tornar-se parte do senso comum. Podemos observar que os meios de comunicação de massa têm veiculado o conceito de forma indiscriminada, o que favorece uma certa confusão a respeito do verdadeiro significado do termo. O estresse passou a ser responsável por quase todos os males que no:; afligem atualmente, principalmente em decorrência da vida moderna. Em vista disso, não é de se espantar que tenha havido um crescimento de terapêuticas e de programas voltados para o controle do estresse. Muitos desses programas carecem de um embasamento teórico mais aprofundado, enquanto outros são desenvolvidos por profissionais sérios e competentes. Além do interesse científico, também cresceu o interesse econômico em torno do estresse, que pode ser observado tanto na indústria farmacêutica, que vem fabricando numerosos produtos para combatê-lo, como nas companhias de seguro, principalmente norte-americanas. Segundo pesquisas recentes (Robbins, 1993, apud Doublet, 1998), o estresse está relacionado às queixas de aproximadamente dois terços das consultas médicas realizadas nos Estados Unidos. Além disso, a ele é atribuído um elevado índice de absenteísmo e de licenças médicas nas organizações.
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Filgueiras, J. C., & Hippert, M. I. S. (1999). A polêmica em torno do conceito de estresse. Psicologia: Ciência e Profissão, 19(3), 40–51. https://doi.org/10.1590/s1414-98931999000300005
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