Estrutura e dinâmica da comunidade de algas planctônicas e perifíticas (com ênfase nas diatomáceas) em reservatórios oligotrófico e hipertrófico (parque estadual das fontes do ipiranga, são paulo)

  • Fernanda Ferrari
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O presente trabalho objetivou avaliar a estrutura das comunidades perifítica e fitoplanctônica (com ênfase nas diatomáceas), e verificar a influência da escala temporal e espacial sobre a variabilidade dessas comunidades, identificando o principal fator controlador dessa variabilidade. O trabalho foi desenvolvido em dois reservatórios com diferentes estados tróficos no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, Município de São Paulo. Amostragens mensais do perifíton desenvolvido em lâmina de vidro e do fitoplâncton da coluna d’água foram feitas durante 12 meses consecutivos (setembro/2006-agosto/2007) nas regiões pelágica e litorânea do Lago do IAG (oligotrófico) e na região pelágica e em duas entradas no Lago das Garças (hipertrófico). Foram analisadas: transparência da água, temperatura, pH, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, alcalinidade total, formas de carbono inorgânico, formas totais e dissolvidas de nitrogênio e fósforo e ortossilicato (variáveis abióticas); e clorofila-a fitoplanctônica e perifítica, conteúdos de nitrogênio e fósforo, massas seca e orgânica do perifíton (variáveis bióticas). Os dados foram avaliados mediante estatística descritiva e análises exploratórias multivariadas. A variabilidade temporal foi preponderante sobre a espacial em cada sistema, sendo a última resultante das condições limnológicas mais uniformes entre as regiões. No sistema oligotrófico, a comunidade perifítica foi influenciada por ambos os recursos nutrientes e luz enquanto no sistema hipertrófico, a disponibilidade de luz, fortemente influenciada pela floração de cianobactérias planctônicas, foi o principal fator regulador do acréscimo de biomassa. A composição química e as razões N:P do perifíton representaram a limitação nutricional apenas no sistema oligotrófico, indicando que o potencial desta comunidade como indicadora da disponibilidade de nutrientes foi maior neste ambiente. A estrutura da comunidade respondeu espacialmente e temporalmente ao estado de trofia dos ambientes, aumentando a densidade total de espécies e diminuindo a riqueza e a diversidade em condições de maior disponibilidade de nutrientes. As diatomáceas, acompanhadas das crisofíceas e clorofíceas, foram mais importantes no reservatório oligotrófico, durante a época seca, período com maior disponibilidade de nutrientes. No sistema hipertrófico, a redução da abundância de diatomáceas culminou com o aumento da abundância das cianobactérias na região pelágica, e de clorofíceas nas entradas do sistema. A variabilidade das diatomáceas no Lago das Garças foi regulada pelo aumento da densidade de outros grupos algais e sua contribuição foi indiretamente associada à variação dos nutrientes. Considerando todos os grupos algais, a escala climática e os nutrientes (principalmente fósforo no sistema oligotrófico e nitrogênio no hipertrófico) foram os principais fatores responsáveis pela formação de associações de espécies nos dois reservatórios. O aumento das diatomáceas durante a época seca, mediante diminuição da limitação por nutrientes, favoreceu a maior estabilidade da comunidade no sistema oligotrófico. A menor estabilidade da comunidade no ambiente hipertrófico foi conseqüência, principalmente, da maior influência de perturbações neste reservatório. As espécies selecionadas como indicadora do estado de trofia dos sistemas são representativas das diatomáceas sensíveis ou tolerantes a concentrações muito baixas (Lago do IAG) ou muito elevadas (Lago das Garças) de nutrientes, condutividade e pH, sendo estes os principais fatores controladores da comunidade de diatomáceas. Com relação ao fitoplâncton, os períodos de estratificação foram caracterizados pelas maiores concentrações de NID, NT, PT, maiores valores de condutividade e maiores razões de nutrientes, enquanto que o seco (mistura) apresentou maiores valores de PSR, OD e transparência. Cianobactérias dominaram no hipertrófico em período de maior estabilidade da coluna d’água e menor disponibilidade de N e CO2 durante o final da seca e início das chuvas. O aumento da disponibilidade de recursos (nutrientes e luz) promoveu a abertura de novos nichos, favorecendo o aumento do número de espécies dos demais grupos algais. Aprofundamento da zona de mistura foi o principal fator regulador da biomassa de diatomáceas em ambos os reservatórios, acompanhado pelos teores de fósforo no oligotrófico e de nitrogênio no hipertrófico.

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Fernanda Ferrari. (2010). Estrutura e dinâmica da comunidade de algas planctônicas e perifíticas (com ênfase nas diatomáceas) em reservatórios oligotrófico e hipertrófico (parque estadual das fontes do ipiranga, são paulo). Tese.

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