Resumo: O que poderia causar um sentimento de estranheza maior, ao ser humano, do que seu inconsciente que lhe mostra os limites de sua capacidade de ver e dizer? Esse artigo procura demonstrar que o estrangeiro não está apenas inscrito no olhar, um olhar que não se restringe ao visível, mas que se encontra no âmago do sujeito. Sua irrupção, a cada evento ocasional, inclusive ao mudar de país, confronta o sujeito com o que o divide e se torna um enigma para ele. Esse enigma representa uma verdadeira prova que mobiliza a subjetividade do indivíduo e a necessidade de um recurso singular para lidar com ele. Essa prova não revela necessariamente uma psicopatologia. Ela pode dar origem à inventividade, como mostram as experiências artísticas e iniciáticas. Para embasar a sua abordagem, a autora toma, como ponto de apoio e como horizonte, os conhecimentos da psicanálise, principalmente a contribuição freudiana.ABSTRACT: What is more foreign to us than our own unconscious, showing us a limit to what can be seen and said? The author shows that not only is the foreign inscribed in the gaze, a gaze that cannot be reduced to the visible, but that it lies at the very heart of the human subject. Its irruption at various occasions, including when travelling between different countries, confronts us with what divides us and remains an enigma. This challenging experience mobilises our subjectivity, calling for a unique solution. Far from always being a sign of pathology, it can lead to inventive action, as shown by artistic and rite-of-passage experiences. The author’s approach relies on what is transmitted to us by psychoanalysis, primarily highlighting the work of Freud.
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STITOU, R. (2019). O OLHAR E A PROVA DO ESTRANGEIRO. Ágora: Estudos Em Teoria Psicanalítica, 22(1), 1–7. https://doi.org/10.1590/s1516-14982019001001
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