Neste artigo os autores, partindo de resultados de estudos, inquéritos, sondagens e de um pequeno estudo etnográfico realizado em Oleiros, concelho de Vila Verde, uma comunidade do noroeste de Portugal, constatam a persistência de preconceitos e discriminações por parte de portugueses não ciganos para com ciganos portugueses. Tais factos indiciam que Portugal, apesar de ser multicultural e ter registado alguns avanços em termos seculares na relação com a minoria cigana secularmente presente, perseguida, estigmatizada, tem ainda dificuldade em lidar com a diferença, convertendo esta em subalternização e tratamento discriminatório para com esta minoria.Depois de definir e equacionar os conceitos de etnicidade, subclasse e exclusão social, os autores consideram-nos pertinentes e aplicáveis às relações sociais entre maioria não cigana e minoria cigana, não obstante a relativa ambiguidade nomeadamente dos conceitos de subclasse e exclusão social. Perante as formas de exclusão social nas suas formas institucional e social e, eventualmente, a condescendência paternalista ou o multiculturalismo benigno, importa salientar a necessidade de contrapor um multiculturalismo crítico aliado a um combate às diversas formas de discriminação e racismo não só flagrante como subtil.
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Silva, M. C., & Silva, S. (2011). Etnicidade, subclasse e exclusão social: uma comunidade cigana em Oleiros-Vilaverde, noroeste de Portugal. Revista Latina de Sociología, 1(1), 209–223. https://doi.org/10.17979/relaso.2011.1.1.1201