As transformações no mundo do trabalho no final da década de 1990 e as primeiras décadas do século XXI, alteraram substancialmente as relações espaço-temporais e a produtividade dos trabalhadores. Novos arranjos em virtude do caráter informacional e especializado dos serviços home office têm fomentado a crença social de que estamos na era do trabalho flexível e do tempo livre. Nesse sentido, o objetivo deste ensaio é demonstrar que o tempo livre na perspectiva de Marx, possível apenas com a redução da jornada de trabalho, na pós-modernidade assume uma roupagem utópica em que, cada vez mais, o trabalhador vem transformando o período reservado ao descanso em outras formas de trabalho como a uberização e o teletrabalho. Este estudo configura-se como bibliográfico e o que se constatou é que o fetiche da flexibilidade e do tempo livre ao trabalhador é um dos grandes atrativos para adesão aos tipos de trabalho flexível, sendo mais uma estratégia do capitalismo para a exploração da mão de obra física e intelectual do trabalhador.
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Câmara, A. F., & Ferreira, M. da L. A. (2021). Trabalho flexível e tempo livre: utopias da Pós-modernidade. Research, Society and Development, 10(11), e98101119372. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.19372
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