O câncer de esôfago é uma neoplasia relativamente incomum e extremamente letal. No mundo ocidental, a doença tem maior freqüência em homens, negros, com mais de 50 anos de idade e de nível sócio-econômico baixo. A distribuição epidemiológica sugere o envolvimento de fatores ambientais e alimentares, com uma predisposição genética pouco definida. As deficiências nutricionais associadas ao alcoolismo e ao tabagismo podem contribuir para o processo da carcinogênese. A presença de disfagia progressiva, odinofagia, desconforto retroesternal, dor epigástrica, náuseas e anorexia sugerem a existência de carcinoma esofágico. Os exames complementares utilizados para o diagnóstico do carcinoma esofágico incluem a radiografia com duplo contraste, a esofagoscopia com biópsia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. A maioria dos pacientes com carcinoma de esôfago já chega ao cirurgião apresentando invasão tumoral local ou metástase em outros órgãos, e já não são mais passíveis de um tratamento curativo. Para estes, a dilatação endoscópica seriada e a colocação cirúrgica de gastrostomia ou jejunostomia são utilizadas como medidas paliativas. Detectando-se o carcinoma precocemente, o tratamento cirúrgico consiste em ressecção do tumor, dos linfonodos regionais e na reconstrução do trânsito esofagogástrico. Atualmente, os protocolos de tratamento englobam a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. Embora nenhum dado de eficácia tenha sido publicado, esforços na detecção precoce do carcinoma esofágico demonstram que é possível detectá-lo ainda em um estágio assintomático.
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Queiroga, R. C., & Pernambuco, A. P. (2006). Câncer de esôfago: epidemiologia, diagnóstico e tratamento. Revista Brasileira de Cancerologia, 52(2), 173–178. https://doi.org/10.32635/2176-9745.rbc.2006v52n2.1891
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