O artigo procura identifi car como as perspectivas de privatização e teocratização do atual governo federal, capitaneado por Jair Messias Bolsonaro, tem alicerçado e oprimido a educação – especialmente a educação em direitos humanos. Para observar esse fenômeno, analisamos alguns dos discursos de três representantes ligados à área de educação do governo: Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Abraham Weintraub, ministro da Educação, e o recém-nomeado presidente da CAPES, Benedito Guimarães Aguiar Neto. Percebemos nesses discursos a forte presença da ideologia de gênesis, termo nativo que se refere à perspectiva ideológico-religiosa que pressupõe que existem apenas dois sistemas sexo-gêneros (macho-homem / fêmea-mulher) legitimados por Deus e atrelados a uma única orientação sexual desejável, a hétero. Conforme identifi camos no estudo, a privatização e teocratização têm sido manejadas de modo a opor-se ao conceito de pluralidade identifi cado com a coisa pública, havendo por parte de tais mandatários/as a tentativa de garantir que valores de determinados grupos sejam expandidos para a esfera coletiva, sem acompanhar diretrizes e debates internacionais. O texto alicerçou-se em pesquisa bibliográfi ca-documental com ênfase em notícias vinculadas recentemente pela mídia brasileira, bem como em propostas de políticas públicas voltadas à educação e direitos humanos do governo Bolsonaro, e para a análise das práticas discursivas nos apoiamos na metodologia da Análise Crítica de Discurso de Michel Foucault.
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De Franco, C., & Maranhão Filho, E. M. de A. (2020). UM ESTADO “TERRIVELMENTE CRISTÃO” E PRIVATIZADOR: A OPRESSÃO À EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NO GOVERNO BOLSONARO. Estudos Teológicos, 60(1), 134. https://doi.org/10.22351/et.v60i1.3909
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