INTRODUÇÃO: A prevalência de cirurgias cardíacas é alta e acarreta custos elevados em decorrência de complicações secundárias. Dentre as principais complicações, estão as alterações pulmonares. A fisioterapia respiratória desempenha função relevante nas intervenções cirúrgicas, atuando na remoção de secreções pulmonares e na reexpansão pulmonar, por meio de tratamento com pressão positiva expiratória final (EPAP). OBJETIVO: Descrever um novo dispositivo EPAP (pressão positiva expiratória final) subaquático, desenvolvido com o objetivo de reverter atelectasias e complicações pós-operatórias, em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (RM). MATERIAIS E MÉTODOS: O dispositivo foi testado em um conjunto amostral reduzido, não probabilístico e intencional, envolvendo 17 pacientes (seis atenderam aos critérios de inclusão), internados na Unidade Coronariana, com idade entre 55 e 65 anos; pós-desmame de ventilação mecânica pós-cirúrgica; lúcidos, orientados e contactuantes; com o sistema cognitivo preservado e sem deformidades orofaciais. Os parâmetros medidos foram: saturação de oxigênio (SpO2) e frequência cardíaca, volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), capacidade vital forçada (CVF), fluxo expiratório máximo, ou Peak Flow (PEF), pressão arterial diastólica e sistólica. Realizou-se, ainda, o exame radiográfico torácico, a ausculta pulmonar e, por observação do fole torácico, a frequência respiratória; ainda, observou-se a queixa principal e o volume de expectoração. RESULTADOS: Os dados espirométricos não mostraram valores significativos, mas os sinais vitais mantiveram-se normais. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos indicam que o EPAP subaquático melhora a saturação de oxigênio, auxilia na remoção de secreções por meio da ventilação colateral e expectoração, otimiza a ausculta pulmonar, reduz a queixa principal "dor" pelo aumento progressivo da mobilidade torácica, tornando a respiração menos superficial. Além disso, reverte atelectasias, tornando-se essencial no tratamento de alterações respiratórias pós-operatórias de revascularização de miocárdio.INTRODUCTION: The prevalence of cardiac surgery is high and results in high costs due to secondary complications. The main complications are pulmonary changes. Respiratory therapy plays a relevant role in surgical interventions, working in the removal of pulmonary secretions and lung reexpansion, by treating with positive end expiratory pressure (PEEP). OBJECTIVES: To describe a new underwater PEEP device, in order to revert atelectasis and post-surgery complications in patients submitted to myocardium revascularization surgery (MR). MATERIALS AND METHODS: The device was tested on a small sample set, non-probabilistic and deliberated, composed by 17 patients, hospitalized in the coronary unit of the Cardiology Institute of Santa Catarina, in São José, Brazil, aged between 55-65 years old, post wean of post-surgery mechanical ventilation, conscious, orientated and in contact, with cognitive system preserved and without oral-facial physical deformities. The following parameters were measured: oxygen saturation (SPO2) and heart rate, forced expiratory volume in the first second (EVF1), forced vital capacity (FVC), maximal expiratory flow (MEF) or peak flow (PEF), diastolic and systolic blood pressure. Also, it was performed pulmonary auscultation and measured respiratory frequency. It was also assessed thoracic radiographic images, main complain and volume of expectoration. RESULTS: Spirometric data did not show statistical significance but the vital signs remained normal. CONCLUSION: underwater PEEP improves oxygen saturation and removal of secretions through collateral ventilation and expectoration; optimizes pulmonary auscultation; reduces the main complaint, "pain", increasing progressively thoracic mobility. Besides, it reverts atelectasis, becoming essential in the treatment of respiratory post-operative MR alterations.
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Cavalli, F., & Nohama, P. (2013). Novo dispositivo EPAP subaquático no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio. Fisioterapia Em Movimento, 26(1), 37–45. https://doi.org/10.1590/s0103-51502013000100004
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