Nos anos 1960 e 70, a teoria do desenvolvimento latino-americana passou por um processo de diversificação e sofisticação que tornou a Economia mais próxima das Ciências Sociais. A produção teórica deixou o tratamento puramente econômico do problema do desenvolvimento econômico, como a deterioração dos termos de intercâmbio, a geração do excedente e o investimento, a fim de avançar para problemáticas que contemplassem um tratamento que desvendasse a totalidade social. Nesse sentido, a interdisciplinaridade dos temas tratados, incluindo o tema clássico da industrialização, passou a ser valorizada. Ao mesmo tempo que a teoria do desenvolvimento torna-se mais próxima de uma economia política do desenvolvimento, os temas tratados ajudam a consolidar essa sofisticação, mostrando as demais facetas do subdesenvolvimento e da dependência A necessidade de explicar as raízes do subdesenvolvimento levou ao estudo da História e também a uma abordagem das relações sociais como relações de classes. Um olhar crítico sobre o papel do Estado levou a uma ampla utilização da Ciência Política e das estruturas de poder. Um estudo sobre a cultura de consumo exigiu o aporte da antropologia econômica. Nessa reconstrução da disciplina, novos temas foram contemplados, como a urbanização periférica, a estrutura de consumo, a estrutura agrária e a heterogeneidade regional. Este trabalho pretende entender como o estudo da urbanização à periferia do sistema, dada sua especificidade e complexidade, contribuiu para reforçar esse processo de sofisticação da teoria do desenvolvimento econômico latino-americana, principalmente em seu recurso à História e às demais Ciências Sociais, como a Sociologia e a Ciência Política.
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Oliveira, M. F. (2014). A teoria do desenvolvimento e a problemática da urbanização na América Latina: uma primeira aproximação. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, 16(2), 167. https://doi.org/10.22296/2317-1529.2014v16n2p167
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