Este artigo analisa processos de produção de subjetividade desenvolvidos em ações educativas dirigidas a jovens moradores de zonas periféricas da cidade do Rio de Janeiro. Tem como campo de inspiração os trabalhos desenvolvidos por uma importante organização não-governamental, numa experiência profissionalizante voltada para a formação artístico-cultural que conjuga elementos de música, teatro e circo. Busca-se aqui compreender, a partir da articulação dos elementos saúde, trabalho e arte, os diferentes sentidos expressos na condição de aprendiz, tomando por empréstimo a acepção grega de "um aprendiz experimentador de si". Essa acepção lança o jovem para além das significações dominantes, que toma o aprendizado como um leque de possibilidades a serem continuamente inventadas. Nesse percurso, dá-se visibilidade a uma experiência que enfrenta e cria alternativas aos embates vividos por uma juventude periférica frente aos modos de vida vigentes, que tendem a formatar sobremaneira o corpo e a condição de aprendiz. Esses embates e formatações, em nosso estudo, materializam pólos não excludentes da arte: como produto para o mercado e como processo de transformação de modos de vida.Taking its inspiration from work conducted by an important nongovernmental organization, the article analyzes the processes by which subjectivity is produced during educational activities. This particular professionalizing experience, offered to youth on Rio de Janeiro's urban periphery, involves artistic-cultural training that conjoins elements from music, theater, and circus. In an endeavor to understand the different meanings expressed in the status of learner, the present study explores health, work, and art, borrowing from the Greek notion of 'leaner of oneself', a notion that takes these youth beyond predominant significances and turns apprenticeship into a broad range of possibilities that are continually being invented. The experience confronts and creates alternatives to the conflicts faced by youth who live on the periphery of the prevailing ways of life, which tend to format the body and the very condition of learner. These conflicts and formatting produce two non-mutually exclusive poles: Art as a marketable product and Art as a process for transforming ways of living.
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Lima, S. M., & Minayo-Gomez, C. (2003). Modos de subjetivação na condição de aprendiz: embates atuais. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 10(3), 931–953. https://doi.org/10.1590/s0104-59702003000300007
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