Atualmente no Brasil a Insuficiência Renal Crônica (IRC) é considerada um problema de Saúde Pública, pela elevada prevalência, incidência e risco de mortalidade. A IRC demanda um tratamento de elevado custo e difícil prognóstico. Nesse contexto, o presente trabalho faz um recorte acerca do fenômeno da gestação no pós-transplante. Seu objetivo é compreender como as mulheres transplantadas renais experienciam a gestação, considerando que tanto a gravidez quanto o acometimento renal trazem mudanças significativas à sua vida. Para tanto, utilizou-se uma abordagem qualitativa, adotando-se a fenomenologia existencial como referência metodológica. Como participantes, duas mulheres concederam entrevistas abertas; suas narrativas foram analisadas tendo como referencial o método da Analítica de Sentido, proposta por Dulce Critelli. Nas narrativas apreendeu-se que a angústia em sua dimensão ontológica manifestou-se onticamente pelo medo/temor, referente à perda do enxerto e do próprio bebê esperado, além da interdição à amamentação enquanto fator de risco psicoemocional. O cuidado de si e do outro atravessou todos os acontecimentos numa pró-cura - para cuidar de existir no mundo-com-outros. A intervenção psicológica à gestante transplantada renal e sua família revelou-se primordial para o acontecer de uma atenção, orientada pelos princípios éticos.
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Viviane Rodrigues de Figueredo Azevedo, A., Telma Costa de, A., & Suely Emilia de Barros, S. (2018). Mulheres Transplantadas Renais: um Olhar Fenomenológico Existencial para a Experiência da Gestação. PHENOMENOLOGICAL STUDIES-Revista Da Abordagem Gestáltica, 24(1), 3–14. https://doi.org/10.18065/rag.2018v24n1.1
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