Avaliação do tratamento clínico da doença de Graves

  • Peixoto M
  • Coeli C
  • Vaisman M
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Abstract

O tratamento da doença de Graves (DG) com drogas antitireoidianas (DAT) associa-se à remissão da doença em metade dos indivíduos tratados por no mínimo 6 meses, e o índice de recidiva é alto, variando de 60 a 80%. A presença de fatores prognósticos de sucesso do tratamento medicamentoso da DG é tema de discussão na literatura. Neste estudo avaliamos a incidência de remissão e recidiva em resposta ao tratamento clínico da DG com diferentes esquemas de tratamento com as duas DAT disponíveis no Brasil (propiltiouracil - PTU e metimazol - MMI), bem como determinar a presença de possíveis fatores preditivos de remissão e recidiva da doença e o perfil de efeitos colaterais. Revimos, no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), prontuários de todos os pacientes submetidos ao tratamento clínico da DG (sem história de tratamento prévio) por pelo menos 6 meses e seguidos após a suspensão da DAT por no mínimo 12 meses. Foram identificados 127 pacientes (idades de 18 a 88 anos; média 39,3±12,8), nos quais remissão da doença foi observada em 58 (45,7%) e recidiva em 31 deles (53,4%), num período médio de 14,5±16,1 meses. Sexo, idade e tempo de duração dos sintomas antes do tratamento clínico não interferiram significativamente sobre as taxas de remissão e recidiva, enquanto a presença de bócio >40 gramas, oftalmopatia de Graves (OG) e uso de doses diárias de DAT >600mg de PTU / 60mg de MMI influenciaram negativamente a taxa de remissão. Além disso, pacientes que apresentaram níveis de TSH <0,4µIU/mL entre 4 e 5 semanas após a suspensão da DAT apresentaram maior probabilidade cumulativa de recidiva da doença. Nossos resultados confirmam que a taxa de remissão em longo prazo da DG tratada com DAT é relativamente baixa. Concluímos que a combinação de oftalmopatia, bócio >40g e uso de dose diária de PTU >600mg ou MMI >60mg relacionou-se fortemente ã341; ausência de remissão da DG. Ademais, observamos que a dosagem de TSH entre 4 e 5 semanas após a suspensão da DAT parece ser uma ferramenta útil na determinação da chance de remissão ou recidiva da doença.The treatment of Graves' disease (GD) with antithyroid drugs (ATD) leads to remission of the disease in approximately half of patients treated for at least six months, and the overall relapse rate is high, ranging from 60% to 80%. The presence of prognostic features for achieving a remission after medical treatment is a matter of discussion in the literature. The aim of this study is to evaluate the effect of different ATD regimens available in Brazil (propylthiouracil - PTU and methimazole - MMI) on remission and relapse rates of GD, as well as to determine possible predictors of remission and relapse of the disease and the side effects profile. We reviewed the records from all patients submitted to medical treatment of GD (and with no report of prior treatment of the disease) for at least six months and followed for at least 12 months after the drug withdrawal at Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), between October 1978 and August 2003. We identified 127 patients, with the age ranging from 18 to 88 years (mean 39.3 ± 12.8). Remission was observed in 58 patients (45.7%) and relapse occurred in 31 (53.4%), at a mean period of 14.5 ± 16.1 months. We verified that the duration of symptons before the beginning of medical treatment, age and gender did not influence the rate of remission and the relapse risk, whereas the presence of large goiter size (> 40 grams), Graves' ophthalmopathy and use of high daily doses of ATD (> 600mg of propylthiouracil / 60mg of methimazole MMI) were associated with a decreased remission rate. Moreover, patients who presented a TSH measurement < 0.4µIU/mL between 4 to 5 weeks after the drug withdrawal showed an increased relapse cumulative probability. In conclusion, our results confirms that lasting remission rate of GD treated with ATD is relatively low. We concluded that the combination of goiter size > 40g, ophthalmopathy, and use of daily doses of PTU > 600mg or MMI > 60mg was vigorously related to lack of remission of GD. Furthermore, TSH measurement between 4 to 5 weeks after the drug withdrawal seems to be a useful tool to determine the remission chance and the relapse risk of the disease.

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Peixoto, M. C., Coeli, C. M., & Vaisman, M. (2005). Avaliação do tratamento clínico da doença de Graves. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 49(3), 410–419. https://doi.org/10.1590/s0004-27302005000300013

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