Interseccionalidades da escravidão contemporânea da mulher negra à luz do pensamento decolonial: trabalho, determinantes e desigualdades sociais

  • CHAI C
  • MORAES V
  • SOUSA K
  • et al.
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Resumo O presente trabalho visa problematizar, como objeto de estudo, a invisibilidade da mulher negra escravizada com base em uma aproximação teorética decolonial de enfrentamento ao trabalho escravo contemporâneo, com a adoção de uma abordagem qualitativa e pesquisa de revisão bibliográfica como método, com recorte no pertencimento-reconhecimento social, feminismo negro e equidade. O desenvolvimento do trabalho discute a posição da mulher negra na sociedade patriarcal brasileira, a sua invisibilidade e a metodologia feminista decolonial como estratégia institucional para uma reação política, jurídica e econômica contra a escravização contemporânea, adotando as contribuições de Ibarra-Colado e Maria Lugones como referenciais, em atenção às diretrizes de pesquisa da chamada especial Cadernos EBAPE. Como resultado, constata-se que a mulher negra é duplamente vulnerabilizada em razão de sua cor e gênero, o que torna a sua condição na relação social do trabalho essencialmente baseada numa assimetria de poder entre ela, mulher negra trabalhadora, e os seus empregadores, o que, como consequência, naturaliza as práticas de invisibilidade pelas escolhas das políticas públicas e privadas de combate à exploração. Este estudo conclui que há a necessidade de redesenhar as estratégias organizacionais de combate ao trabalho escravo contemporâneo fundamentado em uma ótica decolonial que valorize as particularidades e diversidades brasileiras, garantindo efetivo reconhecimento e enfrentamento da invisibilidade da mulher negra, para propiciar-lhe uma vida mais digna, menos desigual e menos periférica.Abstract This article problematizes the invisibility of the enslaved black woman from a decolonial theoretical approach to confronting contemporary slave labor, methodologically adopting a qualitative approach and bibliographic review research focusing on belonging-social recognition and black feminism and equity. We discuss the position of black women in Brazilian patriarchal society, their invisibility, and the decolonial feminist methodology as an institutional strategy for a political, legal, and economic reaction against contemporary enslavement, adopting the contributions of Ibarra-Colado and Maria Lugones as references. We found that the black woman is doubly vulnerable due to her color and gender, making her condition in the social relations of work essentially based on an asymmetry of power between her, a working black woman, and her employers. This consequentially naturalizes the practices of invisibility through the choices of public and private policies to combat exploitation. It is concluded that there is a need to redesign organizational strategies to combat contemporary slave labor from a decolonial perspective that values Brazilian particularities and diversities, ensuring effective recognition and confrontation of the invisibility of black women, providing them with a more dignified, more equal, and less peripheral life.Resumen El presente trabajo tiene como objetivo problematizar, como objeto de estudio, la invisibilidad de la mujer negra esclavizada basándose en una aproximación teórica decolonial para confrontar el trabajo esclavo contemporáneo, adoptando metodológicamente un enfoque cualitativo y una investigación de revisión bibliográfica con foco en la pertenencia-reconocimiento social, el feminismo negro y la equidad. El desarrollo del trabajo discute la posición de las mujeres negras en la sociedad patriarcal brasileña, su invisibilidad y la metodología feminista decolonial como estrategia institucional para una reacción política, jurídica y económica contra la esclavitud contemporánea, adoptando las contribuciones de Ibarra-Colado y Maria Lugones como referentes, cumpliendo con los lineamientos de investigación de la convocatoria especial de Cadernos EBAPE. Como resultado, se constata que la mujer negra es doblemente vulnerable por su color y género, haciendo que su condición en las relaciones sociales de trabajo se base esencialmente en una asimetría de poder entre ella, una mujer negra trabajadora, y sus empleadores, lo que, como consecuencia, naturaliza las prácticas de invisibilidad a través de la elección de políticas públicas y privadas para combatir la explotación. Se concluye que existe la necesidad de rediseñar las estrategias organizativas para combatir el trabajo esclavo contemporáneo desde una perspectiva decolonial que valore las particularidades y diversidades brasileñas, asegurando el reconocimiento efectivo y el enfrentamiento de la invisibilidad de las mujeres negras, brindándoles una vida más digna, menos desigual y menos periférica.

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CHAI, C. G., MORAES, V. H. S., SOUSA, K. S. D., & RAMOS, F. F. D. C. (2023). Interseccionalidades da escravidão contemporânea da mulher negra à luz do pensamento decolonial: trabalho, determinantes e desigualdades sociais. Cadernos EBAPE.BR, 21(3). https://doi.org/10.1590/1679-395120220068

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