RESUMO [N. do T.]: Neste artigo, Charles Mills discute aquilo que ele chama de "ignorância branca", elaborando um dos temas principais do seu livro de 1997, The Racial Contract. Sua discussão gira em torno de uma ideia de desvantagem cognitiva com base no pertencimento a um grupo social, que não é estranha à tradição filosófica radical, e que vem sendo explorada com mais força na Epistemologia Social recente, em debates sobre injustiças epistêmicas, silenciamentos, ignorâncias intencionais, vieses cognitivos, pontos de vista epistemológicos, etc. Mills desenvolve uma "Epistemologia da ignorância branca", uma epistemologia social e racialmente situada, que se contrapõe, em larga medida, às tendências individualistas do trabalho epistemológico tradicional, mesmo sem abandonar os interesses pela objetividade e pela verdade contidos nesse trabalho. PALAVRAS-CHAVE: Conhecimento; Ignorância; Branquitude; Objetividade. ABSTRACT [N. do T.]: In this paper, Charles Mills discusses what he calls "white ignorance", developing one of the main themes of his 1997 book, The Racial Contract. His discussion is concerned with the idea of a cognitive disadvantage based on membership in a social group, which is not strange to the radical philosophical tradition, and that has been explored with more vigor in the recent Social Epistemology, in debates about epistemic injustices, silencing, willful ignorance, cognitive biases, epistemological standpoints, etc. Mills argues for an "Epistemology of the white ignorance", a racially and socially situated epistemology, which contraposes itself, in a great extent, to the individualistic tendencies of the traditional epistemological work, while conserving the interests in objectivity and truth of this work.
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Santos, B. R. G. (2018). Ignorância branca. Griot : Revista de Filosofia, 17(1), 413–438. https://doi.org/10.31977/grirfi.v17i1.785
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