Em um artigo de 2008, um dos discípulos de Robert Alexy, Lorenzo Zucca pontificou Alexy como o “profeta do sopesamento estruturado”. Essa rotulação panegírica foi reverberada posteriormente por dois outros discípulos, Klatt e Meister em obra monográfica sobre a matéria. Quando se trata da dimensão religiosa, essa sorte de qualificação não é problemática, sendo, ao contrário, legitimadora. No campo da filosofia, da ciência e da reflexão teórica em geral, trata-se de algo desastroso, pois tende a minar um dos pressupostos da ciência e de outras formas de conhecimento reflexivo, a “limitacionalidade”, a saber, o suposto de que o conhecimento nunca está esgotado. Virgílio Afonso da Silva, em seu artigo “O Supremo Tribunal Federal precisa de Iolau: Resposta às objeções de Marcelo Neves ao sopesamento e à otimização”, propõe-se apresentar uma crítica ao meu livro “Entre Hidra e Hércules". Apresentarei a seguir meus comentários às críticas de Virgílio Afonso da Silva ao meu livro, para comprovar, com argumentos claros, de que se trata de objeções equivocadas e que, às vezes, me parecem apressadas, pois simplificam (e, em parte, deformam) a minha linha de raciocínio de maneira um tanto retórica para imputar-lhe a aparência de uma fragilidade, a rigor, inexistente.
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Neves, M. (2019). O PROFETA, OS DISCÍPULOS E O “ENVIADO”: COMENTÁRIOS A VIRGÍLIO AFONSO DA SILVA. REI - REVISTA ESTUDOS INSTITUCIONAIS, 5(1), 269–316. https://doi.org/10.21783/rei.v5i1.320
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