Este artigo apresenta um panorama do problema da violência nos estudos sobre a significação. Apontamos que a violência não é um traço acidental no uso da língua: a violência tanto oblitera o significado quanto gera, talvez como efeito perlocucionário, novas possibilidades de significação. O artigo propõe inicialmente uma crítica à posição vitalista nos estudos da linguagem. Em seguida, o trabalho propõe, numa visada pragmática, uma definição para violência linguística. Chamamos de violentos os usos linguísticos que posicionam o outro – especialmente aquele que representa a raça, o gênero, a sexualidade e o território que não se quer habitar – num lugar vulnerável. Trata-se de usos que atingem o sujeito em seu ponto mais frágil, a sua condição. O artigo finalmente analisa a mediação de um caso recente de crime de racismo, uma instância de uso violento da língua.
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Silva, D. N., & Alencar, C. N. de. (2013). A propósito da violência na linguagem. Cadernos de Estudos Lingüísticos, 55(2), 129–146. https://doi.org/10.20396/cel.v55i2.8637294
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