OBJETIVO: Analisar a associação entre a proporção de imóveis prediais positivos para larvas de Aedes aegypti, por meio do índice de infestação predial, e a taxa de incidência da dengue. MÉTODOS: Foram selecionados casos autóctones de dengue e valores de infestação predial verificados nas áreas de abrangência dos distritos sanitários de Belo Horizonte, MG, no período de outubro de 1997 a maio de 2001. Após grupamento dos valores de infestação predial segundo sua distribuição em quartis, as médias das taxas de incidências da dengue (referentes ao mês subseqüente à realização dos levantamentos de infestação predial) foram comparadas pelo teste ANOVA. RESULTADOS: Observou-se uma correlação fraca, porém estatisticamente significativa, entre a taxa de incidência mensal da doença e os valores de infestação predial para os distritos sanitários (r=0,21; p=0,02) e áreas de abrangência (r=0,14; p=0,00) no período analisado. Após grupamento dos valores de infestação predial em quartis, as áreas de abrangência com infestação predial entre 0,46% e 1,32% (2º quartil) apresentaram, em relação às áreas com infestação predial, menor ou igual a 0,45% (1º quartil), taxa de incidência mensal média da doença duas vezes maior. Para as áreas com infestação predial entre 1,33% e 2,76% (3º quartil) e maior ou igual a 2,77%, as taxas de incidências mensais médias foram, respectivamente, cinco e sete vezes maiores em relação às áreas com 0,45% ou menos. CONCLUSÕES: Apesar das conhecidas limitações do índice de infestação predial para estimar a infestação vetorial e predizer a ocorrência de epidemias de dengue, os resultados indicam que maiores índices se associaram a maior risco de transmissão da doença nos distritos sanitários e áreas de abrangência de Belo Horizonte.OBJECTIVE: To assess the association between the proportion of buildings positive for Aedes aegypti larvae measured by means of building infestation rate and dengue incidence rate. METHODS: Autochthonous dengue cases were selected and building infestation rates assessed in the coverage areas of health districts in the city of Belo Horizonte, Brazil, from October 1997 to May 2001. After grouping building infestation rates according to their distribution in quartiles, mean dengue incidence rates (for the month following the building infestation assessment) were compared using ANOVA. RESULTS: A weak though statistically significant correlation was observed between monthly dengue incidence and building infestation rates for the health districts (r=0.21; p=0.02) and coverage areas (r=0.14; p=0.00) in the study period. After grouping building infestation rates in quartiles, coverage areas of building infestation between 0.46% and 1.32% (second quartile) showed a mean monthly dengue incidence rate twice as high as areas of building infestation lower or equal to 0.45% (first quartile). Areas of building infestation between 1.33% and 2.76% (third quartile) and equal to or higher than 2.77% had a mean monthly dengue incidence rate five and seven times, respectively, higher than those areas showing 0.45% or less. CONCLUSIONS: Despite the well-known limitations of building infestation rates for estimating vector infestation and prediction of dengue epidemics, the study results indicate that higher building infestation rates were associated to a higher risk of disease transmission in the health districts and coverage areas of Belo Horizonte.
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Corrêa, P. R. L., França, E., & Bogutchi, T. F. (2005). Infestação pelo Aedes aegypti e ocorrência da dengue em Belo Horizonte, Minas Gerais. Revista de Saúde Pública, 39(1), 33–40. https://doi.org/10.1590/s0034-89102005000100005
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