O fato que a força motriz inovadora dos tempos modernos foi identificada com a racionalização dificulta até hoje uma interpretação exclusivamente positiva do conceito de inovação. Mas é possível pensar na técnica e seu futuro sem se render a uma crítica abstrata, fornecida pelo discurso ético? Ou sem se deixar levar por uma requentada filosofia do progresso, com a inovação tecnológica no seu centro? Neste momento não surpreende mais, tanto que o conceito de design começa substituir, para alguns autores, os antigos conceitos de modernização ou até de revolução. Nessa perspectiva até o conceito de inovação pode ser substituído pelo conceito do design, com a vantagem de fornecer critérios diferenciados do seu uso. Revisitar, e seja isto somente enquanto exercício da nossa imaginação como inventores e inovadores, aquilo que existia enquanto techné antes dos tempos modernos, pode eventualmente dar pistas para um redesign do dispositivo técnico contemporâneo. Redescobrir o momento estético da antiga técnica diminui, porventura, a terrível tensão entre as inovações tecnológicas e as exigências éticas contemporâneas.
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Josef Brüseke, F. (2014). Sociologia da inovação técnica: da crítica à técnica ao design sócio-técnico. Revista TOMO. https://doi.org/10.21669/tomo.v0i0.3437
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