O presente estudo sistematiza os fundamentos teórico-conceituais do campo da Saúde Coletiva que embasaram a produção científica na área de Políticas de Saúde no Brasil. Utiliza como fonte primária de pesquisa a literatura produzida em duas conjunturas distintas deste campo disciplinar: em seu contexto de emergência e no âmbito da chamada Reforma Sanitária. São destacados os principais conceitos e referenciais teóricos das Ciências Sociais utilizados pe- los autores na problematização da temática das Políticas de Saúde, identificando distinções analíticas, concepções de Política, Estado e Saúde bem como mudanças em torno das categorias que adquirem centralidade nas obras. A análise desta trajetória aponta para um redimensiona- mento do referencial teórico, no sentido de flexibilizar o determinismo estrutural e a abordagem macrosocial que marcou grande parte da produção acadêmica no contexto de emergência do campo, relativizando a hegemonia do paradigma marxista. Na produção mais recente, destaca- se a incorporação de novos referenciais analíticos, complexificando a relação entre as ciências sociais e o campo da Saúde Coletiva.
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Burlandy, L., & Bodstein, R. C. de A. (1998). Política e saúde coletiva: reflexão sobre a produção científica (1976-1992). Cadernos de Saúde Pública, 14(3), 543–554. https://doi.org/10.1590/s0102-311x1998000300011
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