O artigo parte da verificação de um crescente processo de implementação de ensino realizado de forma remota na educação de jovens e adultos (EJA), sem que se garanta de que o processo educacional seja realizado em respeito às especificidades de seus estudantes e professores. Por meio de análises embasadas em teorias da decolonialidade associadas à etnomatemática, podemos verificar que este processo tem significado a acelerada invisibilização da EJA, culminando, muitas vezes em novos distanciamentos destes estudantes do processo educacional formal. Estas e outras problemáticas estão presentes nos relatos obtidos juntos aos docentes e demais profissionais que atuam na EJA, e também junto aos próprios estudantes, como nos é possível verificar nos dados provenientes de pesquisa desenvolvida pelo Fórum EJA Rio, e em pesquisa realizada junto a grupos formados em aplicativos comunicacionais. Dentre os resultados, podemos perceber que as dificuldades de adaptação vivenciadas pelos estudantes da EJA em relação às novas formas das práticas pedagógicas, têm interferido diretamente no seu acompanhamento dessas atividades, devido, em especial, aos contextos de grande desigualdade social e vulnerabilidade em que vivem.
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Fantinato, M. C., Vargas Freitas, A., & De Moura Dias, J. C. (2020). “Não olha para a cara da gente”: Revista Latinoamericana de Etnomatemática Perspectivas Socioculturales de La Educación Matemática, 13(1), 104–124. https://doi.org/10.22267/relatem.20131.44
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