O transtorno dissociativo de identidade ou TDI (historicamente conhecido como “transtorno de múltiplas personalidades”) compreende uma classificação psicopatológica controversa em relação à sua validade transcultural. Ao longo da história, aquilo que chamamos de TDI adquiriu facetas muito diferentes conforme a época analisada, indo desde a possessão demoníaca até o diagnóstico de histeria e múltiplas personalidades no século XIX. No Brasil, poucos casos de TDI foram reportados na literatura científica. Contudo, tem-se observado, ainda que informalmente, um significativo aumento no interesse pelo tema e no número de relatos veiculados pela imprensa brasileira nos últimos anos. O presente artigo tem como propósito apresentar, para o público brasileiro, as controvérsias teóricas em torno do diagnóstico de TDI, bem como suas implicações clínicas e forenses. O texto avalia a metodologia dos estudos nessa área, a validade transcultural do TDI e os modelos teóricos existentes. O artigo conclui com recomendações para investigações futuras e sugestões de ordem prática para os profissionais de saúde mental (psiquiatras, psicólogos clínicos e forenses) e profissionais do Direito.
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Maraldi, E. D. O. (2020). Transtorno dissociativo de identidade: aspectos diagnósticos e implicações clínicas e forenses. Revista Fronteiras Interdisciplinares Do Direito, 1(2), 32. https://doi.org/10.23925/2596-3333.2019v1i2a1