Um grande laboratório racial - era essa a imagem do Brasil no final do século passado. Construída pelos inúmeros viajantes que aqui aportavam, a alusão a um país de raças híbridas encontrava boa acolhida entre nossos intelectuais - juristas, médicos, literatos, naturalistas. Como entender, no entanto, que esses mesmos pensadores tenham feito das teorias raciais deterministas e evolutivas o seu baluarte intelectual, espalhando pela sociedade brasileira noções de superioridade racial e o estigma do pessimismo quanto ao futuro de uma nação mestiça? Esse é o desafio que a autora busca vencer, com base em documentos raros e muitas vezes inéditos - a compreensão da mentalidade de uma época em que conviveram o liberalismo político e o racismo oriundo das várias escolas darwinistas. Um paradoxo que marca até hoje e põe em xeque o país da democracia racial.
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Maio, M. C., & Santos, R. V. (1994). O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 1(1), 173–175. https://doi.org/10.1590/s0104-59701994000100017
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