Este artigo assume estudos de caso nos Municípios de Moju e Acará para investigar uma rede de pequenas aglomerações que compõem o território rural do nordeste paraense. Normalmente invisível aos órgãos oficiais e não considerada no desenho das políticas públicas rurais e urbanas, esses aglomerados efetivamente estruturam o território rural, como pode ser apreendido por meio de cartografia social. O objetivo deste artigo é relacionar os níveis hierárquicos dessa rede de aglomerados rurais aos resquícios das políticas colonizadoras. A metodologia utilizada foi qualitativa voltada para a análise de padrões sócio-espaciais, utilizando como ferramentas a cartografia social e a teoria dos grafos para gerar um gradiente urbano-rural e os níveis de hierarquia da rede. Apesar da prevalência de funções agrárias, assumidas como ponto de partida da colonização realizada nos anos 1970, observa-se a disseminação de aglomerados rurais hierarquizados por centralidade, disponibilidade de serviços, estratégias de subsistência e coesão social, que articulam usos rurais a expectativas de consumo e acesso às políticas públicas normalmente associadas ao universo urbano, conectando esses dois mundos. O resultado de tantas superposições é um território híbrido cuja morfologia e padrão socioespacial em rede são pouco compreendidos e valorizados tanto pelo setor público quanto pela iniciativa privada.
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Pinho, G. F. de, & Cardoso, A. C. D. (2016). O legado das colonizações da Amazônia oriental: redes de aglomerados rurais ou redes proto-urbanas? PARC Pesquisa Em Arquitetura e Construção, 7(1), 35. https://doi.org/10.20396/parc.v7i1.8646107
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