O objetivo deste trabalho é explorar algumas das dimensões envolvidas na produção e utilização da categoria "baixo espiritismo" a partir da delimitação de seus enunciantes e de sua temporalidade. No contexto da criminalização do espiritismo pelo Código Penal de 1890, demonstra-se como uma oposição entre práticas falsa e verdadeiramente espíritas foi construída em conjunto por agentes religiosos e abordagens jornalísticas e como essa oposição se cristaliza na ação repressiva policial, feita ela mesma através da interação com grupos espíritas. O período coberto abrange toda a primeira metade do século XX, e os resultados obtidos pretendem contribuir para a elucidação dos mecanismos pelos quais se efetivaram, em meio a conflitos, a legitimação e inserção sociais de certas práticas religiosas.This paper explores some dimensions of the production and use of the "low spiritualism" ("baixo espiritismo") category, parting from an analysis of the category’s temporality and of its users. We show how, in the context of the spiritualism outlawing by the 1890 Brazilian Penal Code, an opposition between false and truly spiritual practices was construed by both religious agents and journalistic views. This opposition is crystallized in repressive police action, an action corroborated by the interaction of spiritual religious groups. The paper analyzes the first half of the twentieth century and we hope its results can contribute with the elucidation of the mechanisms through which the social insertion and legitimization of certain religious practices took place.
CITATION STYLE
Giumbelli, E. (2003). O “baixo espiritismo” e a história dos cultos mediúnicos. Horizontes Antropológicos, 9(19), 247–281. https://doi.org/10.1590/s0104-71832003000100011
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.