Resumo Objetivo Discutir as relações de poder entre profissionais de saúde em ambientes de cuidado intensivo e sua interferência no processo de construção do conhecimento. Métodos Neste artigo filosófico, exploramos a influência das relações de poder na construção do conhecimento, a partir das perspectivas foucaultiana e crítica de Gramsci e Freire em relação às práticas de enfermagem e cuidados de saúde. Resultados Há quatro fontes de poder organizacional (tomada de decisão, critério, controle de recursos e controle de conhecimento/rede) que atuam em diferentes níveis das organizações de saúde. As unidades de terapia intensiva são um importante segmento do ambiente de saúde, e a complexidade no cotidiano dos profissionais desse setor pode dificultar as relações de poder no processo de construção do conhecimento. Por exemplo, quando profissionais externos à equipe da UTI, que detêm conhecimentos específicos, precisam ser contatados para auxiliar em casos, como durante o processo de doação e transplante de órgãos. Nesta situação, é necessário desconstruir o poder competitivo para construir o poder colaborativo. Conclusão Usando as perspectivas de Freire e Gramsci, argumentamos que a falta de conhecimento contribui para o poder competitivo, que pode ser superado se os indivíduos envolvidos participarem no processo de aprendizagem em direção ao poder colaborativo. Portanto, as estratégias ou ações para lidar com os desequilíbrios de poder interprofissional podem contribuir para a transformação e mudança mútua.
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Silva, V. S. e, Schirmer, J., Plazas, P. C., Wilson, R., Roza, B. de A., Moulton, E., … Tranmer, J. (2022). Poder interprofissional em cuidados intensivos: reflexão filosófica a partir de perspectivas foucaultianas e críticas. Acta Paulista de Enfermagem, 35. https://doi.org/10.37689/acta-ape/2022ar0245345