O registro fonográfico tornou mais fácil pensar uma produção musical como documento, não apenas como objeto de apreciação estética. A gravação de canções populares permite prontamente decompor, recompor, analisar, destacar partes e pensá-las como objeto pertencente a uma rede social de amplitudes quase infinitas. Ocasionalmente, o modo como se combinam letra, melodia e arranjo faz brotar questões sobre a classificação dos gêneros. O arranjo musical, suporte sonoro da canção, pode colocar em tensão a combinação letra e música e até mesmo deslocar o sentido do conjunto. Algumas das gravações de O morro não tem vez de Tom Jobim e Vinícius de Moraes revelam contrastes e tensões que tornam uma questão permanente o que se classificou como Bossa Nova.Records have made easier to think over a musical issue as a document, not exclusively as an aesthetic object. Through song recordings it is possible to decompose, recompose, analyze, extract components, etc., and most of all consider them as belonging to a vast social net. Putting together lyrics, melody and arrangement poses the question of classifying genres. Musical arrangements, as a kind of song frame, can break apart the former sense of the combination lyrics/melody. Some recordings of O morro não tem vez by Tom Jobim and Vinicius de Moraes disclose contradictions and tensions in what is called Bossa Nova and make it a permanent question.
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Merhy, S. A. (2010). Letra, melodia, arranjo: componentes em tensão em O morro não tem vez de Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes. Per Musi, (22), 90–98. https://doi.org/10.1590/s1517-75992010000200008