O artigo reflete sobre as experiências cotidianas de 20 mulheres pobres e infetadas pelo HIV residentes na Cidade de Maputo. Procura entender como elas estruturam o seu cotidiano no contexto das relações sociais que estabelecem. Coloca em comunicação questões de gênero e saúde, para identificar como o fato de ser infetada influencia o contexto das relações familiares e comunitárias das mesmas. Com abordagem qualitativa usamos entrevistas grupais, individuais e revisão da literatura como fontes de dados. Elas experimentam um cotidiano marcado por obstáculos, desafios e enfrentamentos como parte da face feminizada do HIV. Lidam com diferentes manifestações de vulnerabilidade antes e pós-infeção, onde as relações desiguais de gênero contribuem para a feminização da soroprevalência. O cotidiano demostra que ainda é uma doença clandestina, com estigma, discriminação, segregação e preconceito. Reforçamos a ideia de que o HIV não deve ser encarado como uma fatalidade inevitável, mas que existem questões e determinantes sociais integradas no processo saúde-doença-cuidado.
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Maúngue, H. B. (2020). Mulher e o HIV e SIDA: uma reflexão sobre o cotidiano feminino da infecção na cidade de Maputo. Em Tese, 17(2), 94–116. https://doi.org/10.5007/1806-5023.2020v17n2p94
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