Neste trabalho analisou-se como o sistema de ensino superior em uma região do Brasil contribui com processos de dominação na sociedade, dificultando a mobilidade social de indivíduos oriundos de classes desfavorecidas. Para a análise teórica, foram utilizados os conceitos de campo, habitus e dominação de Bourdieu e a teoria institucional. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com representantes de empresas de Recursos Humanos (RH), gestores de recursos humanos de grandes empresas e seis coordenadores de cursos das IESs da região de Feira de Santana, Bahia, e usou-se a análise de conteúdo para a sua interpretação (BARDIN, 2011). Os resultados apontam que há uma consciência sobre as limitações dos alunos em razão dos processos que envolvem a posse de capital (econômico, cultural e social) e as suas condições de existência. Além disso, há uma aceitação consciente das diferenças detectadas entre as chances de seus alunos e aqueles oriundos de IESs mais bem avaliadas pelo mercado, o que indica que dificilmente as IESs mencionadas conseguirão oferecer aos seus alunos nível de competitividade necessário para o sucesso profissional. Conclui-se, também, que as IESs têm sido muito mais mantenedoras da estabilidade e de posições das classes sociais do que promotoras de mudança nessas posições. Um resultado importante é mostrar que as diferenças entre IESs da área estudada e de outras regiões podem ser explicadas pelo processo de dominação no campo educacional e que os atores do campo analisado aceitam essa situação. Palavras-chave: Campo. Dominação. Ensino superior. Teoria institucional.
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Pinto Silva, L., Costa Freitas Dias, L., & Souza Silva, J. (2015). ENSINO SUPERIOR, MOBILIDADE SOCIAL E DOMINAÇÃO: UMA ANÁLISE À LUZ DOS CONCEITOS DE BOURDIEU E DA TEORIA INSTITUCIONAL. RACE - Revista de Administração, Contabilidade e Economia, 14(3), 1145. https://doi.org/10.18593/race.v14i3.6328
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