Resumo: Este trabalho tem por objetivo versar sobre as relações da Psicologia com a sociedade no contexto da ditadura civil-militar, considerando o papel das entidades de Psicologia nesse período. Há algumas considerações sobre as características deste contexto histórico e os seus efeitos na subjetividade dos indivíduos que vivenciaram tal momento. O artigo propõe também uma reflexão acerca dos desafios da Psicologia no cenário brasileiro contemporâneo. Foi adotado o tipo de pesquisa bibliográfica, e os dados obtidos foram analisados de forma qualitativa, utilizando-se livros e artigos científicos de língua portuguesa. A ditadura nos remete a um período violento e triste na história brasileira, que teve a característica da violação dos direitos humanos, sendo comum as práticas de tortura, prisões ilegais e mortes. Inicialmente, as associações profissionais dos psicólogos priorizavam questões organizativas e técnicas da profissão, evitando entrar em conflito com a ideologia do Estado ditatorial; e é justamente neste período que a profissão foi consolidada, com a atuação destas entidades que tinham por finalidade defender e representar a categoria dos psicólogos. Contudo, tais associações possuíam postura ambígua frente à violência de Estado: não se pronunciavam contra o regime, ao mesmo tempo em que eram coniventes com esse sistema repressivo. Atualmente, em que se reconhece o compromisso da Psicologia com a realidade em que está inserida, a produção de memória sobre este período da história é fundamental para se compreender as relações complexas que existiram durante a ditadura militar, e que repercutem até os dias atuais.Abstract: The purpose of this paper is to study the relationship between psychology and society in the context of civil-military dictatorship, considering the role of Psychology entities in this period. There are some considerations about the characteristics of this historical context and its effects on the subjectivity of individuals who experienced such a moment. The article also proposes a reflection on the challenges of Psychology in the contemporary Brazilian scenario. A bibliographic research was conducted, and data obtained were qualitatively analyzed, being used scientific books and articles in Portuguese language. The dictatorship refers to a violent and sad period in Brazilian history, which had the characteristic of violations of human rights, being common practices of torture, illegal prisons and deaths. Initially, professional associations of psychologists prioritized organizational and technical issues of the profession, avoiding conflict with the ideology of the dictatorial state; and it was precisely in this period that the profession was consolidated, with the performance of these entities whose purpose was to defend and represent the category of psychologists. However, such associations had an ambiguous stance against state violence: they did not speak out against the regime, being conniving at the same time with this repressive system. Nowadays, recognizing the commitment of Psychology to the reality in which it is inserted, and the production of memory about this period of history are fundamental to understand the complex relationships that existed during the military dictatorship, which have repercussions until the present day.Resumen: Este trabajo tiene por objetivo versar sobre las relaciones de la Psicología con la sociedad en el contexto de la dictadura civil-militar, considerando el papel de las entidades de Psicología en ese período. Hay algunas consideraciones sobre las características de este contexto histórico y sus efectos en la subjetividad de los individuos que han vivido tal momento. El artículo propone también una reflexión acerca de los desafíos de la Psicología en el escenario brasileño contemporáneo. Se adoptó el tipo de investigación bibliográfica, y los datos obtenidos fueron analizados de forma cualitativa; y se utilizaron libros y artículos científicos de lengua portuguesa. La dictadura nos remite a un período violento y triste en la historia brasileña, que tuvo como característica la violación de los derechos humanos, siendo comunes las prácticas de tortura, prisiones ilegales y muertes. Inicialmente, las asociaciones profesionales de los psicólogos priorizaban cuestiones organizativas y técnicas de la profesión, evitando entrar en conflicto con la ideología del Estado dictatorial; y es justamente en este período que la profesión fue consolidada, con la actuación de estas entidades que tenían por finalidad defender y representar la categoría de los psicólogos. Sin embargo, tales asociaciones poseían postura ambigua frente a la violencia de Estado: no se pronunciaban contra el régimen, al mismo tiempo siendo conniventes con ese sistema represivo. Actualmente, cuando se reconoce el compromiso de la Psicología con la realidad en la que está incluida, la producción de memoria sobre este período de la historia es fundamental para comprender las relaciones complejas que existieron durante la dictadura militar, y que repercuten hasta los días actuales.
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Silva, F. F. da. (2017). Psicologia no Contexto da Ditadura Civil-militar e Ressonâncias na Contemporaneidade. Psicologia: Ciência e Profissão, 37(spe), 82–90. https://doi.org/10.1590/1982-3703060002017
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