Tem sido afirmado, sobretudo, nos três últimos decênios, tanto na academia quanto em outros ambientes, que se vive numa sociedade do conhecimento. Esta seria amparada por uma nova economia, fundada no uso cada vez mais intensivo de informação e conhecimento. Mas, pode-se aceitar que se vive numa sociedade do conhecimento? Que uma nova economia, movida pela aceleração de ciência, tecnologia e inovação, dá sustentação a essa sociedade do conhecimento? Neste breve ensaio se pretende jogar luz sobre alguns aspectos que encobrem a noção de sociedade do conhecimento, visando-se um questionamento das bases sobre as quais essa sociedade do conhecimento poderia emergir. É possível que a sociedade atual seja uma na qual a informação, o conhecimento, a ciência, a tecnologia e a inovação tenham sua centralidade. Contudo, além da centralidade dessas dimensões, também é um traço dessa sociedade do conhecimento uma dinâmica cada vez mais favorável à busca de ganhos econômicos e ao enriquecimento dos estratos mais abastados da população em escala planetária, de modo que há problemas em se considerar que qualquer indivíduo pode ingressar no admirável mundo novo do conhecimento. Talvez, por se desprezar que ele é atravessado por múltiplas implicações econômicas, tecnológicas, ambientais, culturais, políticas e ideológicas.
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THEIS, I. M. (2013). A Sociedade do Conhecimento realmente existente na perspectiva do desenvolvimento desigual. URBE - Revista Brasileira de Gestão Urbana, 5(449), 133. https://doi.org/10.7213/urbe.7790
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