Nesse ensaio, propomo-nos a refletir acerca da continuidade do monopólio da propriedade privada capitalista da terra, no desenvolvimento do agronegócio no campo brasileiro do século XXI. Através da análise comparativa entre os Censos Agropecuários 2006 e 2017, demonstraremos a perpetuação e aprofundamento da concentração fundiária, comprovando que a burguesia latifundista no Brasil, uma classe formada pela unificação no mesmo sujeito social do capital e do latifúndio, não abre mão do controle sobre a terra. Nesse bojo, defenderemos que, em tempos e espaços de mundialização da agricultura a partir do agronegócio globalizado, onde a ideologia do progresso tecnológico é hegemônica em detrimento da reforma agrária, a concentração da posse, uso e propriedade da terra em extensos latifúndios continua sendo a viga de sustentação das relações de poder, bem como, da dinâmica do capitalismo rentista no território brasileiro.PALAVRAS-CHAVE: Estrutura fundiária. Censo agropecuário. Agronegócio. Renda da terra. Brasil.
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Cosme, C. M. (2020). A BURGUESIA LATIFUNDISTA NÃO ABRE MÃO DO MONOPÓLIO DA TERRA NO BRASIL: A PERPETUAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO FUNDIÁRIA REVELADA PELO CENSO AGROPECUÁRIO 2017. PEGADA - A Revista Da Geografia Do Trabalho, 21(1), 84–109. https://doi.org/10.33026/peg.v21i1.7336
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