Violência e intimidação na recepção aos calouros nas faculdades de medicina: ato que persiste ao longo do ano

  • Akerman M
  • Conchão S
  • Hotimsky S
  • et al.
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Abstract

PALAVRAS-CHAVE-Trote-Violência-Estudantes de Medicina Sr. Editor Esta carta busca resgatar o tema levantado pela RBEM em 2006 por Palácios e Rego 1 no editorial "Bullying: mais uma epidemia invisível?" e recolocá-lo na agenda, como muito bem clama o referido texto. Há violência e intimidação na recepção aos calouros nas faculdades de Medicina e te-mos identificado em nosso meio que este fato persiste ao longo do ano. Este fenômeno social clama por uma profunda reflexão acerca do seu real dimensio-namento, suas raízes, motivações e por que vem se perpetuando, a fim de que se tomem medidas urgentes e eficazes para sua resolução. Em muitos anos de prática acadêmica na área da Medicina, em constante observação e diálogo com alunos e professores, e a partir de denúncias que nos chegam, muitas vezes anônimas, gostaríamos de levantar alguns pontos a considerar neste exercício reflexivo: 1. A recepção ao calouro tem como meta principal entre os estudantes que o recebem fortalecer o "espírito de corpo", fazendo-o a aceitar as regras vigentes, predominan-do aquela relativa à hierarquia entre calouro e veterano; 2. Este intuito, muitas vezes, é relacionado pelos estudantes à mesma hierarquia exis-tente entre os médicos, e entre professores e alunos; 3. Para ser parte, o calouro "tem que baixar a bola", uma vez que ele "se acha" por ter passado num curso tão difícil. Manter-se de cabeça baixa e ser chamado de calouro é parte deste ritual; 4. Passar por algumas provações, como, por exemplo, fazer inúmeras flexões coman-dadas por veteranos, é justificado como necessário, pois o médico tem que ter "cou-ro duro"; 5. Nem todos os calouros se submetem, mas isso tem um preço: não conseguem ser parte do "corpo"; 6. Não são muitos os estudantes que cometem atos violentos e abusos verbais, físicos e psicológicos, mas são muitos os estudantes que se omitem, num silêncio cúmplice e numa atmosfera de "reino do medo"; 7. Alguns professores consideram naturais estes episódios, recordando sua época de estudantes;

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Akerman, M., Conchão, S., Hotimsky, S., & Boaretto, R. (2010). Violência e intimidação na recepção aos calouros nas faculdades de medicina: ato que persiste ao longo do ano. Revista Brasileira de Educação Médica, 34(4), 627–628. https://doi.org/10.1590/s0100-55022010000400020

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