A morfologia de canais é resultado do ambiente em que se encontram, assim como de todas variáveis físicas atuantes. Se a desembocadura está situada em zonas costeiras, a tendência à instabilidade é amplificada pelo próprio meio. Neste artigo são apresentados os resultados do estudo morfodinâmico do canal de comunicação entre a Lagoa do Peixe e o Oceano Atlântico, localizado no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, litoral médio do Rio Grande do Sul, Brasil. Também é medida a variabilidade da linha de praia adjacente ao parque. Com o objetivo de determinar a classifica- ção do canal e sua dinâmica natural, foram utilizados uma série de 47 anos de imagens Landsat (1973 – 2009), dados de precipitação da Agencia Nacional de Águas e equações. A interpretação da série temporal e os cálculos das médias de precipitação permitiram descrever o canal da Lagoa do Peixe como um canal de maré, com mecanismo de assoreamento morfodinâmico influenciado pelo regime de precipitação pluviométrica. Os resultados das equações indicaram como fatores determinantes à sua oclusão o prisma de maré e transporte e deposição sedimentar em frente a desembocadura, associados à deriva litorânea de padrão bidirecional da área de estudo. Sua desembocadura possui caráter intermitente e é instável quanto ao seu posicionamento e geometria. A mobilidade da linha de praia adjacente ao Parque Nacional da Lagoa do Peixe foi verificada pelo método de pontos extremos, pixel a pixel, entre duas imagens Landsat de mesmo mês, uma de 1987 e outra de 2009, sendo constatada erosão ao sul da desembocadura do canal da Lagoa do Peixe e acreção ao norte da mesma.
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SCHOSSLER, V., TOLDO Jr., E. E., & DANI, N. (2017). Morfodinâmica da desembocadura da Lagoa do Peixe, litoral sul do Brasil. Pesquisas Em Geociências, 44(1), 25. https://doi.org/10.22456/1807-9806.78251
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