Com a crescente preocupação acerca dos efeitos nocivos da poluição do ar na saúde da população, faz-se necessário a investigação e quantificação destes efeitos em nosso meio. Realizou-se um estudo de séries temporais com esse objetivo nas duas maiores metrópoles brasileiras: São Paulo e Rio de Janeiro. Informações diárias sobre mortalidade, internações hospitalares, níveis atmosféricos dos principais poluentes do ar e de variáveis meteorológicas foram obtidos nas duas cidades, a partir de fontes de informação secundárias. Esses dados foram analisados utilizandose técnicas de análise de séries temporais em modelos lineares por meio de Equações de Estimação Generalizada e/ ou por meio de modelos não-paramétricos, com a utilização de Modelos Aditivos Generalizados. Foram encontradas associações estatisticamente significantes entre aumentos nos níveis de poluentes atmosféricos e aumentos na mortalidade e nas hospitalizações, por causas respiratórias e cardiovasculares, em crianças e idosos, em ambos municípios, mesmo após ajuste por tendências de longo prazo, sazonalidade, dia da semana, feriados, temperatura e umidade. Conclui-se que os níveis de poluição vivenciados atualmente em São Paulo e no Rio de Janeiro são suficientes para causar agravos à saúde da população. Medidas articuladas entre os diversos setores que gerenciam a vida urbana nessas metrópoles são fundamentais para buscar a melhoria da qualidade do ar e, conseqüentemente, da saúde da população nessas cidades.
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Gouveia, N., Mendonça, G. A. e S., Leon, A. P. de, Correia, J. E. de M., Junger, W. L., Freitas, C. U. de, … Cunha-Cruz, J. (2003). Poluição do ar e efeitos na saúde nas populações de duas grandes metropóles brasileiras. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 12(1). https://doi.org/10.5123/s1679-49742003000100004
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